quarta-feira, 7 de abril de 2010

A Amazonia pede socorro!!!

Na abafada fronteira da floresta amazônica mal se vê uma árvore. Até onde a
vista alcança, vê-se campos verdes de soja recém-plantada.
O Brasil está a caminho de se tornar o maior exportador de soja do mundo.
Apesar de ser vendida modestamente como alimento barato para humanos e
animais, cada vez mais a soja é usada na fabricação de biodiesel, um
combustível de queima mais limpa.
Os biocombustíveis brasileiros etanol e biodiesel estão sendo elogiados como
os melhores exemplos globais de como combustíveis renováveis podem reduzir a
dependência dos combustíveis fósseis.
O governador da Flórida, Charlie Crist, liderou uma missão comercial ao
Brasil no mês passado, em grande parte concentrada em biocombustíveis. O
Brasil está rapidamente emergindo como superpotência agrícola, com amplas
quantidades de terra barata e arável. O Brasil é o segundo maior exportador
de carne bovina, café, frango, suco de laranja, soja e açúcar. Também é o
quarto maior produtor de porco.
Há mais 1,7 milhão de quilômetros quadrados que podem ser usados para
produção agrícola no Brasil, o equivalente a todo o espaço agrícola
americano, sem atingir a floresta amazônica, diz a indústria agrícola
brasileira.
A escala do cultivo de soja na Amazônia ainda é relativamente restrita, de
acordo com o Greenpeace. Na estação de plantio de 2004-05, somente 5% de
toda a área do Brasil plantada com soja estavam no ecossistema de floresta
amazônica. Mais de 90% dessa soja amazônica foi produzida no Estado do Mato
Grosso.
PRESSÕES PARA EXPANDIR A AGRICULTURA NO BRASIL
Em janeiro, uma lei federal brasileira entrará em vigor exigindo que cada
litro de diesel no Brasil seja misturado com 2% biodiesel, e a percentagem
continuará subindo.
“Somente a soja hoje tem capacidade de produção para cumprir a demanda. Isso
significa muita expansão”, reconhece Carlos Klink, cientista brasileiro da
Nature Conservancy que estudou em Harvard.
O rápido crescimento agrícola do Brasil, entretanto, alarmou os
ambientalistas pelos efeitos na Amazônia, maior floresta úmida do mundo, uma
região de vegetação tão densa que às vezes é chamada de “pulmão do planeta”.
Será que a revolução dos combustíveis brasileiros pode de fato fazer mais
mal do que bem?
“Gigantes agrícolas como a ADM (Archer Daniels Midland), Bunge e Cargill
estabeleceram-se na Amazônia porque sabem que podem fazer dinheiro fácil com
a destruição da floresta”, diz o relatório do Greenpeace chamado “Comendo a
Amazônia”, de 2006.
Um estudo de dois anos do Greenpeace alegou que a Cargill, ADM e Bunge foram
responsáveis por parte do desmatamento da Amazônia ao estimular os
produtores a plantarem soja, cujo preço está em alta recorde.
A Amazônia perdeu cerca de 26.000 km quadrados de cobertura florestal só no
ano passado, um aumento de 40% em relação ao ano anterior, de acordo com
imagens de satélite do Instituto de Pesquisa Espacial do Brasil.
Uma tonelada de dióxido de carbono armazenado, um gás que contribui para o
aquecimento global, é lançada na atmosfera a cada vez que uma árvore de 12
metros é cortada.

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